Curta animado As Cores Mágicas traz lição de autoconhecimento

No momento, você está visualizando Curta animado As Cores Mágicas traz lição de autoconhecimento

Dirigido pelo goiano Victor Vinícius, o filme, As Cores Mágicas, aborda identidade e diversidade com leveza e sensibilidade

Num mundo cada vez mais virtual e com uma vida cotidiana dominada por bolhas midiatizadas, por padronização e exclusão dos diferentes, o curta-metragem As Cores Mágicas rima com diversidade, aceitação e autoconhecimento. Com teaser no YouTube a partir de sábado, 24/5, o curta dirigido pelo cineasta goiano Victor Vinícius deve atrair crianças e adultos para se encantarem com Íris, uma camaleoa branca que vive numa floresta sem cor e decide explorar o desconhecido. Antes de ser lançado oficialmente, o filme seguirá nas telas de festivais nacionais e internacionais.

A aventura do animal começa quando ela parte da sua realidade em preto e branco para uma viagem cheia de aventuras. Além de diversão, essa jornada lhe proporciona abraçar suas verdadeiras cores. Para o diretor, a narrativa visual mostra como encontros e amizades inesperadas vivenciadas fora do nosso habitat são cada vez mais necessários. Dessa forma, eles ajudam a colorir a vida e a dar significado ao que parece ter perdido a graça.

Ludismo e Magia em Animação 2D

Do roteiro aos cenários e imagens, até a trilha sonora, o ludismo é um traço marcante do conjunto produzido por tecnologia 2D. Por isso, ele poderá transportar o espectador para ambientes carregados de natureza e de magia. A equipe realizou o curta-metragem As Cores Mágicas em 12 meses, utilizando recursos da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal. Essa iniciativa foi operacionalizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. A assistente de direção do filme é a cineasta Vanessa Goveia. A animação é da Cabong Studio em parceria com a Mandra Filmes e Matuta Produções.

Formado em audiovisual pela UEG, Victor Vinícius é mestre pela UFG. Atualmente ele está à frente da produtora Estoriatos Entretenimento e da distribuidora Distriba Filmes, ao lado de sua sócia Stefanny Pina. Sua trajetória traz os curtas-metragens Quando Você Está Aqui (2022) e Ela Só Quer Ser Maria (2019), exibido em mais de 30 festivais internacionais. Como roteirista e diretor, ele assina o documentário Todos os Sonhos do Mundo (2025), que, assim como As Cores Mágicas (2025), está em fase de distribuição. Além disso, ele também é responsável pela ficção Sufoco (2025). O diretor, que também é ator formado pelo Basileu França, em 2025 foi um dos protagonistas da série Sal a Gosto, lançada na TV Brasil. Ademais, ele fez parte do elenco do telefilme Levanta, Regiane, exibido na TV Globo.

Livro inspirou curta-metragem 

O diretor Victor Vinícius conta que a inspiração para fazer a animação foi um projeto gráfico do livro que a irmã e outras estudantes de Design Gráfico da UFG realizaram na faculdade. A obra homônima é assinada pelo quarteto formado por Alanna Victoria, Bianca Vieira, Isabela Valim e Gabriela Rocha.

“Eu mantive a história que já era redondinha. Fiz adaptações, retirei o leão e a girafa e mantive os animais que estão dentro do universo brasileiro, como mico-leão-dourado e a onça-pintada”, contou.

A intenção foi mostrar a história de uma personagem que quebra a expectativa de sua família e rejeita o futuro que eles planejaram para ela. Nesse contexto, ao sair de viagem, a camaleoa branca enxerga a possibilidade de fazer algo melhor para si. Além disso, ao deixar a floresta branca onde cresceu, ela descobre todas as cores que habitam os novos ambientes por onde passa.

“Ela se arriscou a sair e conhecer todas as cores que também habitam nela própria e entender que sua diferença não era algo ruim, mas algo bonito, o que eu quis muito enfocar nesse filme”, explicou o diretor.

Victor acredita que o filme tem esse potencial de fazer com que, tanto crianças como adultos, enxerguem a jornada da camaleoa branca Íris como algo que possa trazer aprendizado.

“O roteiro tem aquilo do herói que que sai do seu mundo comum, no caso a camaleoa branca, e acompanhada por outro ser, no curta a joaninha, conhece aliados e volta para seu território “transformada” e com poder para “transformar seu próprio mundo”, destaca Vinícius.

Autoconhecimento 

A floresta branca da personagem representa um estado sem cor, triste, uma situação acomodada na qual a camaleoa cansou de fazer a mesma coisa ao lado de pais e tios.

“Por isso, transportando para o mundo real acredito que o curta-metragem diz muito mais sobre narrativas pessoais e autoconhecimento do que algo global. O filme tem possibilidade de conversar com vários públicos, mas partindo do individual“, defende Victor Vinícius.

Para ele, a partir do momento em que aparece a joaninha, a camaleoa encontra um mundo de possibilidades.

“Eu próprio senti isso quando tive minhas primeiras viagens. Eu vi que o mundo é muito maior que a minha casa e que tem muita coisa que eu posso aprender a aplicar no meu dia a dia. O filme indica com poesia como a camaleoa saiu da sua bolha da floresta branca e, no caso, a floresta colorida é um mundo cheio de possibilidades“.

“O camaleão para mim representa uma questão de ter em si mil possibilidades, de poder se adaptar e de se inserir também”, diz Victor Vinícius. Ele descreve que, dentro disso, o curta tem ainda a representatividade pelas cores. Isso faz sentido pensar que, de alguma forma, essa narrativa conversa com esse público que não se sente bem onde está, por não conhecer outros lugares e se desconhecer a si próprio também. Ele conclui que, por isso, o autoconhecimento é algo forte dentro da jornada  “dessa adorável camaleoa”.

Curta animado As Cores Mágicas traz lição de autoconhecimento
Curta animado As Cores Mágicas traz lição de autoconhecimento
Curta animado As Cores Mágicas traz lição de autoconhecimento

Créditos das Fotos: Estoriatos Entretenimento

Deixe um comentário