Sejam pequenos ou de proporções maiores, nossos lares devem reservar áreas específicas para a realização de atividades que promovam bem-estar. Esses espaços de lazer, afinal, ajudam a desopilar a mente e a vivenciar bons sentimentos — seja por meio da convivência com familiares e amigos ou durante momentos de introspecção e atividades individuais.
Com o passar das décadas, é natural que a relação entre o lar e os indivíduos se transforme. Isso ocorre porque, à medida que surgem novas demandas e diferentes cenários sociais, essas mudanças influenciam diretamente nossa maneira de viver. Nesse contexto, nossas casas — principalmente após a pandemia — passaram a agregar, entre outras funções, o posto de local de trabalho. Além disso, as áreas de lazer dentro do lar ganharam ainda mais importância, pois equilibram a rotina. Afinal, o home office seguiu integrado à rotina como uma realidade para muitas pessoas.
Mas, pari passu como nossas obrigações, o lazer deve fazer parte da vida das pessoas como uma forma de equilibrar a mente e os sentimentos. “Em um cenário marcado por rotinas intensas, excesso de estímulos e cobranças constantes, dispor de ambientes que favoreçam o lazer dentro de casa atua como um importante fator de alívio emocional”, constata a arquiteta Rosangela Pena, à frente de seu escritório homônimo, que no relacionamento com seus clientes, recebe o pedido pela inclusão de ambientes diversos, de acordo com seus desejos e modos de vida, para o entretenimento, diversão e desconexão com a realidade.
De acordo com ela, essas áreas tanto podem incluir uma estrutura recreativa para o uso individual ou em participação social – que, de forma geral, é sempre o maior propósito.
Cuidado com a mente e o emocional
Ao usar a arquitetura residencial como meio de favorecer os momentos de lazer, promove-se inúmeros benefícios para a saúde mental e emocional. Além disso, a construção desses espaços contribui para a promoção da convivência e valorização do tempo de qualidade — tema bastante discutido atualmente — bem como para o fortalecimento dos vínculos afetivos.
“Quando integramos formas de entretenimento dentro da rotina residencial, reduz-se a dependência de deslocamentos. E esse ganho de tempo pode ser justamente a oportunidade de entretenimento e bem-estar que podemos oferecer aos moradores”, avalia Rosangela sobre importância de olhar com carinho para esses setores dentro de um projeto.

Cantinho para a música, os filmes e os livros!
A arte possui um poder ímpar de nos deixar mais conectados no momento presente e coopera no enriquecimento interno de repertório cultural e emocional. Por isso, garantir um espaço em casa onde nossos filmes, autores, bandas e cantores favoritos possam estar sempre à mão é extremamente salutar. Além disso, esse hábito permite que nossa mente flua em uma frequência mais sutil e criativa.
Para esse tipo de cômodo, a dica é apostar em estantes com uma boa capacidade de armazenamento, organizando as coleções com praticidade. Consequentemente, os itens ficam em exibição e à disposição, prontos para serem admirados e desfrutados no dia a dia.
“Locais como salas de leitura, varandas tranquilas ou home theaters também cumprem a função de ‘espaço de respiro’ onde os indivíduos podem se reconectar consigo mesmos”, acrescenta Rosangela Pena a definição de ambientes que seguem a proposta de ser um refúgio pessoal.

Salas de jogos como pontos de encontro
Quem adora receber visitas sabe como essa satisfação transforma a energia do lar, deixando-a mais animada. Por isso, as salas de jogo se tornam ideais para esses momentos de diversão e celebração. No projeto, é essencial garantir uma iluminação adequada, para que as mesas de jogos e os tabuleiros estejam sempre em evidência. Além disso, é importante prever assentos confortáveis, permitindo que anfitriões e convidados fiquem bem acomodados durante toda a experiência.

Brinquedotecas e um espaço lúdico para a diversão
Para os pequenos, é primordial oferecer ambientes seguros para as brincadeiras e o aprendizado! Apostar em cores claras nos revestimentos, tapetes aconchegantes e móveis coloridos e lúdicos – em formatos de bichinhos, por exemplo – ajuda a conceber lugares acolhedores onde a imaginação ganha asas.

Hortas, canteiros, jardins e orquidários como pontos de conexão com a natureza
A conexão com a natureza também corrobora para a descompressão, principalmente após longos períodos de trabalho e a rotina acelerada da vida urbana. Garantir alguns momentos em contato com a terra, as flores e as plantas são primordiais para a reconexão com nosso íntimo, a diminuição do ritmo e a percepção de uma energia mais leve em nossas vidas.
